sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

Amar...


Eu não tenho filosofia: tenho sentidos...
Se falo na Natureza não é porque saiba o que ela é,
Mas porque a amo, e amo-a por isso,
Porque quem ama nunca sabe o que ama
Nem sabe por que ama, nem o que é amar...

Amar é a eterna inocência,
E a única inocência é não pensar...


Alberto Caeiro
in O Guardador de Rebanhos

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Sou...


Não sei, ao certo, o que sou…
Mas sou, certamente, o que sei
Que sei então?
E afinal… quem sou?
Sou, então, afinal
Aquilo que sei,
Que sabemos.
Sou o saber que voa além montanhas
E a dor que mora nos ribeiros
Sou o que sinto
E sinto o que choro
Sou, portanto
As lágrimas
Que te caiem pelo rosto.
Não chores,
Não por mim…
Que sei que sou
O choro que corre em ti.

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Lágrimas...


Ouço ao longe
as tuas lágrimas
como se de chuva
se tratassem
A loucura dos
meus sentimentos
deixa correr
na minha mente
a ilusão de que
choras por mim
E tu, que nem
sequer choras.
Peço-te então
que chores
mas não por mim.
Chora sim, pela
pedra que guardas
no peito
e pela mágoa
que se afunda
nos teus olhos.
Deixa então que a
chuva te corra
pelo rosto
pois as lágrimas
não passam
de ilusão.

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

O Desafio das Descobertas...


O pensamento, louco
esvoaçava pelas estradas
da memória
Como havia voltado aquele
sentimento
há tanto esquecido e consumado.
Tudo tão bem percebido,
tão racionalizado
tornava-se agora
num rodopio de sentimentos
e sensações,
num tornado incontrolável.
A visão turva
e coração acelerado
que força divina
arrebatava tudo o que dentro dela existia
O desafio da descoberta,
da procura das origens
deste sentimento
tornavam-no ainda mais
rebelde e ambicioso
A doçura transformava-se na fúria de uma tempestade
e as entranhas dela estremeciam
não pelo medo,
mas pelo prazer de se tornar de novo
alvo das brincadeiras do destino.

Equilíbrio...

Ninguém é equilibrado... e eu muito menos...
Mas também não o quero ser
Porque se eu me equilibrasse n teria capacidade de mudar...
Porque uma coisa equilibrada é estável
Quase imutável
E eu n sou nem quero ser assim
Sou e quero continuar a ser uma continua descoberta para mim e para os outros
É isso que me faz viver não vês?
É isso que me dá este brilho
Este brilho que às vezes se esbate mas volta quando menos o espero
Porque é meu... porque sou eu