quarta-feira, 19 de novembro de 2014

Sonhos

Ser a pessoa de sonho, da pessoa dos nossos sonhos... parece bonito... Nunca me aconteceu.

quinta-feira, 30 de outubro de 2014

Vamos?

É ao encaixotar a minha vida 
que percebo que tu também vais na mala
sim, tu e todos os bocadinhos de gente 
que eu fui ou sou ou hei-de ser
sim, tu e o meu eu de ontem e de amanhã
o eu que nunca serei e o que serei sempre
tu, bocadinho de gente, bocadinho de mim... Vamos?

terça-feira, 24 de junho de 2014

A morte está atrás do teu beijo...

"A morte está atrás do teu beijo,
e não me interessa nada que não me possa matar.

Não quero trajectos sem calhaus, pessoas sem problemas, muito menos glórias sem lágrimas. Não quero o tédio do só continuar, a obrigação de suportar, andar na rotina só por andar. Não quero o vai-se andando, o é a vida, o tem de ser, nada que não me ponha a gemer. Não quero o prato sempre saudável, a saladinha impoluta, a cama casta, o sexo virgem. Não quero o sol o dia todo, a recta sem a mínima curva, não quero o preto liso nem o branco imaculado, não quero o poema perfeito nem a ortografia ilesa. Não quero aprender apenas com o professor, a palmadinha nas costas, o vá lá que isso passa, a microssatisfação, a minúscula euforia. Não quero os lábios sem língua, a língua sem prazer, fugir do que mete medo, e até acomodar-me ao que me faz doer. Quero o que não cabe no regular, o que não se entende nos manuais, o que não acontece nos guioes. Quero a ruga esquisita, a mão descuidada, a estrada arriscada, a chuva, o vento, as unhas cravadas, o animal do instante. Quero ainda tentar o que ninguém fez, olhar para o imperdoável, gastar como um louco as possibilidades. Quero sobretudo o que me assusta, o abismo em segredo, o interior das tuas pernas, a maneira como o suor te escorre no centro do peito, e a forma impossível como te exprimes quando te vens.

Disseram-me que o teu beijo matava e eu não liguei,
há lá alguma maneira de sair com vida de ti?"


Pedro Chagas Freitas in prometo falhar

sexta-feira, 6 de junho de 2014

Sabes...
há dias em que as desculpas não chegam, ou são demais
há dias em que só queria que me abraçasses como antes, como sempre...
só queria que me confortasses, que me fizesses sorrir, 
ou só queria simplesmente que me deixasses fazer-te sorrir
há dias em que, sem ti, não sou a mesma
há dias... em que me sinto sozinha, como me deixaste
há dias em que me pergunto...
voltas? para sempre?