sexta-feira, 31 de julho de 2009

Sweet Sixteen


Tenho andado a aproveitar as férias para dar uma arrumação ao quarto... Ao mexer em papeis e cadernos antigos descobri um texto escrito por mim há alguns anos que me deliciou e que resolvi partilhar convosco...

"Dezasseis anos. A minha vida começa aqui, ou pelo menos, assim parece.
O Mundo é mais MEU! A loucura e os receios da infância como que adormecem despertando novas metas. Sinto que o meu olhar me pertence e a forma de encarar as coisas é cada vez mais minha.
Tudo o que ficou para trás parece irreal e distante. Nasceu um abismo entre o que foi e o que está para ser. Só existe o caminho em frente e, no entanto, sinto que sou eu quem escolhe o caminho.
16 anos mudam o ar, e ninguém mo havia dito. Ainda bem, a sensação de descoberta está assim, cada vez mais viva e os projectos tornam-se lutas equilibradas entre o querer, o ter e o fazer.
Percorro dezenas de vezes o último ano na memória e não encontro a diferença, no entanto, nada é ou está igual.
As coisas não mudaram mas estão diferentes.
Aprendi num ano muito mais do que seria de imaginar e olho, por vezes, o passado, sem saudade.
Tudo o que vivi, tudo o que venci... estou mais forte, mais viva.
Mais uma vez sinto-me indestrutível e vulnerável. Louca, chamo-me por vezes, nestes delírios complexos e sem qualquer organização lógica.
Mas vejo tudo tão claramente agora.
Nasci! não há 16 anos atrás como todos pensam, mas agora.
NASCI AGORA!"

Olhando para isto... e vendo que me continuo a sentir assim frequentemente... concluo que os meus 16 anos são eternos :P

domingo, 26 de julho de 2009

Devaneios Antigos II


Uma luta constante para me encontrar que se mostra longa, penosa e infrutífera...
Cada vez que penso ver uma luz no fundo do túnel, um apoio que me ajude a terminar esta batalha ele desaparece como uma miragem que me arrasta cada vez mais para o desamparo de não saber o que sou, o que quero ou o que mereço.
Nunca me senti assim, nunca...
Sempre soube tudo sobre mim e nunca me perdi do que sou mais do que breves instantes entre respirações dolorosas provocadas por qualquer problema mais ou menos complexo mas quase sempre de grandiosidade que era exacerbada por mim. Quando me conseguia controlar, o fantasma passava e os problemas reduziam-se à insignificancia que sempre haviam sido. Talvez um dia olhe para este período com esses mesmos olhos mas esse dia tarda em chegar.

domingo, 12 de julho de 2009

Chuva...



As coisas vulgares que há na vida
Não deixam saudades
Só as lembranças que doem
Ou fazem sorrir
Há gente que fica na história
da história da gente
e outras de quem nem o nome
lembramos ouvir
São emoções que dão vida
à saudade que trago
Aquelas que tive contigo
e acabei por perder
Há dias que marcam a alma
e a vida da gente
e aquele em que tu me deixaste
não posso esquecer
A chuva molhava-me o rosto
Gelado e cansado
As ruas que a cidade tinha
Já eu percorrera
Ai... meu choro de moça perdida
gritava à cidade
que o fogo do amor sob chuva
há instantes morrera
A chuva ouviu e calou
meu segredo à cidade
E eis que ela bate no vidro
Trazendo a saudade