quarta-feira, 27 de maio de 2009

Noite...


À noite tudo pára, só na minha cabeça tudo gira, tudo grita, tudo dói.
O meu peito contorce-se numa aflição sem tamanho, sem razão ou com tantas razões que nem as consigo enumerar.
Durante o dia a minha agitação integra-se na movimentação diurna, mas à noite dói demais.
O sono vem mas não durmo. Não penso, mas a cabeça continua a girar, a doer.
O barulho surdo enche-me os ouvidos de nada e esse nada é quase insuportável.
Sinto-me cheia, mas vazia. Acordada mas inconsciente.
Um torpor percorre-me o corpo e o espírito, entrego-me ao cansaço e durmo.

segunda-feira, 4 de maio de 2009

Fantasma de mim...


Não tenho escrito porque… bem, em primeiro lugar porque estive ausente algum tempo, e no restante… o tempo não tem chegado para o nada que tenho feito…

O mundo sussurra-me segredos que eu não chego a ouvir.
O meu mundo está tão cheio, tão surdo que não ouço, não vejo as respostas às perguntas que não chego a fazer mas que, ainda assim me perturbam.
Longe vai o tempo em que eu conseguia ouvir o mundo, em que eu me conseguia ouvir.
A minha pressa abafa os gemidos de sofrimento que mal me apercebo mas deixo escapar.
O meu corpo ressente-se do desprezo que lhe reservo e estou, sem o sentir, num qualquer limite.
A dor atinge quase todos os centímetros quadrados do meu corpo e eu ignoro.
Os gritos do meu eu profundo turvam os pensamentos do eu presente e sinto-me confusa.
Passo pelos dias sem interagir…
A sensação de vertigem permanente faz parecer que o mundo gira demasiado depressa e eu não o estou a acompanhar.
Sinto-me cansada…Tão cansada…