quarta-feira, 27 de maio de 2009

Noite...


À noite tudo pára, só na minha cabeça tudo gira, tudo grita, tudo dói.
O meu peito contorce-se numa aflição sem tamanho, sem razão ou com tantas razões que nem as consigo enumerar.
Durante o dia a minha agitação integra-se na movimentação diurna, mas à noite dói demais.
O sono vem mas não durmo. Não penso, mas a cabeça continua a girar, a doer.
O barulho surdo enche-me os ouvidos de nada e esse nada é quase insuportável.
Sinto-me cheia, mas vazia. Acordada mas inconsciente.
Um torpor percorre-me o corpo e o espírito, entrego-me ao cansaço e durmo.

3 comentários:

najla disse...

Há razões tão grandes e tão verdadeiras, que mesmo que o mundo pare de girar, a nossa cabeça e por vezes o coração insistem em se maltratar!

Bons sonhos....se puderes!

beijos

Anónimo disse...

Também preciso muito de "dormir", e cada vez mais, a cada respiração que permito que saia do meu corpo...

"Dormir" é um luxo que não se pode comprar. Garanto que compraria 100Kg para que "adormecesse" e "acordasse" para um síti onde tudo está resolvido, acabado ou simplesmente esquecido...

Bjinho

Anónimo disse...

Olá. Permite-me que te invada a casa e te diga que encontrei aqui um blogue que gostei.
Está cheio de sentimento. Alguma dor também, mas isso é algo inultrapassável para aqueles que pensam a sua existência. Este teu post exemplifica isso mesmo.
Quantas são as noites em que paro e penso. Embora não pare com o intuito de pensar é inevitável que o faça.
Graças à nossa condição de eternos pensadores e observadores da vida temos necessidades especiais que não são fáceis de preencher, daí o sofrimento. Mas ter a capacidade de VER suplanta o sofrimento que nos traz.
Quanto mais nos é dado, mais nos é exigido. Contenta-te em saber que te deram bastante.
Houve alguém que disse que tenho alma de poeta, embora não manifeste grande jeito para rimas, pelo menos para rimas próprias.
Encontro em ti a tal insatisfação característica de uma alma de poeta.
Fernando Pessoa, se procures só um pouco no meu blogue verás que é uma presença assídua, escreveu que um poeta é um fingidor que finge sentir a dor que de facto sente.
Assim nos vejo.

Continua com o teu bom blogue e perdoa-me a intrusão que ousarei repetir.

Até um dia.